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sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Brasil pode ser líder na criação de peixes ornamentais nativos

Com estimativas de 1,5 a 6 mil espécies de peixes nativos na Amazônia e mais de 260 espécies no Pantanal, o Brasil pode torna-se um país líder na criação de espécies ornamentais nativas, é o que afirmou o pesquisador e professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Jener Alexandre Sampaio Zuanon, durante o 1º Congresso Brasileiro de Produção de Peixes Nativos de Água Doce e 1º Encontro de Piscicultores de Mato Grosso do Sul, que acontece em Dourados-MS, na Embrapa Agropecuária Oeste.

O professor ressalta que o sucesso do cultivo de espécies nativas ornamentais “depende da espécie e variedade cultivada, da quantidade e qualidade de água e do manejo alimentar. Além disso, o produtor precisa adotar um sistema adequado de cultivo. Hoje, as opções são semi-intensivo, intensivo e super-intensivo. O cultivo em sistema extensivo não é utilizado na produção ornamental”, explica.

Jener Zuanon detalha que o sistema semi-intensivo é formado de pequenos viveiros em todas as fases da criação, com baixa renovação de água e alimentação viva, isso pode acarretar em uma redução na disponibilidade de alimentos, predispondo os animais a fatores estressantes. “Para funcionar, esse sistema precisa ter um manejo que mantenha a qualidade da água e suplemente a alimentação com dietas completas.

”No sistema intensivo, a produção é feita em estufas ou galpões com renovação continuada, parcial ou recirculação da água e o acasalamento ocorre em aquários. “Um detalhe interessante é que neste modelo de cultivo machos e fêmeas ficam separados até o momento do acasalamento. Há ainda o sistema super-intensivo que segue parâmetros semelhantes ao intensivo, com algumas diferenciações, como a utilização de rações”, continua o professor.

Após definido o sistema de cultivo, o piscicultor precisa escolher quais espécies produzir. Os principais grupos de espécies nativas ornamentais são ciclídeos (acará-disco e acará-bandeira), caracídeos (tetra-limão e olho-de-fogo), pimelodídeos (mandizinho), caliquitídeos (Tamboatás e Dianemas), loricarídeos (cascudos nobres) e anastomídeos.

Renda extra

“O produtor pode obter uma renda extra em intervalos menores e uma melhor distribuição ao longo do ano se fizer a criação consorciada de peixes nativos ornamentais com peixes de corte ornamental, por meio de tanques-rede, com camarões ou com a produção de acará-bandeira e guppy”, frisa o professor da UFV.

Ele destaca que “a criação de peixes ornamentais nativos ainda é pouco explorada e a sua intensificação depende do estabelecimento de índices zootécnicos, de exigências nutricionais, de biologia reprodutiva e de programas de melhoramento genético para o desenvolvimento de novas linhagens e isso pode ter início aqui no Congresso com o intercâmbio entre professores, pesquisadores e piscicultores”, incentiva.

Congresso Com promoção da Sociedade Brasileira de Aqüicultura e Biologia Aquática (Aquabio), da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República (Seap/PR) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e realização da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados-MS) e Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), o Congresso e o Encontro têm a parceria e o apoio de diversas instituições, entre universidades, associações, empresas privadas, cooperativas e governos municipal, estadual e federal.

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