quarta-feira, 25 de julho de 2007
Fórum Social Mundial exigirá investimentos de R$ 1 bilhão em Belém
Governadora Ana Júlia Carepa em Brasília
BRASÍLIA - A realização do Fórum Social Mundial de 2009, que acontecerá em Belém, vai exigir investimentos de pelo menos R$ 1 bilhão. A previsão é da Secretaria Nacional de Relações Institucionais do Palácio do Planalto ao analisar, nesta segunda-feira (23), o conjunto de obras e serviços públicos apresentados pela governadora Ana Júlia Carepa para que a Região Metropolitana de Belém possa receber os participantes do Fórum, evento internacional que deverá contar com mais de 100 mil pessoas.
A preocupação do governo paraense é estruturar a RMB para receber os visitantes e, ao mesmo tempo, aproveitar a estrutura a ser criada em benefício da população. O plano preliminar de obras e serviços, defendido pelo secretário de Governo, Cláudio Puty, prevê diversas ações nas áreas de segurança pública, saúde, saneamento, habitação, transporte, educação, ciência e tecnologia, cultura, turismo, agricultura e trabalho.
Um dos projetos prevê a implantação da Avenida da Ciência, uma via ligando o Hangar - Centro de Convenções da Amazônia, ao bairro da Estrada Nova, em Belém, locais onde estarão concentrados os grandes eventos do Fórum. A planejada avenida já agrega importantes instituições de ensino e pesquisa, como a Universidade Federal do Pará, a Universidade Federal Rural da Amazônia, a Embrapa e o futuro Parque Tecnológico do Pará, em construção. A avenida, segundo Puty, também poderá servir de ligação aos municípios de Ananindeua e Marituba, com o prolongamento da avenida João Paulo II (antiga 1º de Dezembro).
Parte das obras previstas no plano já será contemplada pelo PAC do Saneamento e Habitação do Pará, que o presidente Lula lançará no dia 3 de agosto, em Belém. Outras ainda serão analisadas pelo governo federal, como a construção de um terminal hidroviário, uma biblioteca pública virtual e a recuperação do Centro Histórico de Belém.
Alexandre Padilha, representante da Secretaria de Relações Institucionais, ressaltou que o Palácio do Planalto deseja definir, o mais breve possível, as ações que serão priorizadas para o Fórum Mundial, já que o governo brasileiro deseja mostrar, em termos de organização e soluções, a mesma boa imagem que o Brasil está passando com a realização dos Jogos Pan-Americanos do Rio.
Texto: Pelágio Gondim/Foto: Adriano Machado
sexta-feira, 13 de julho de 2007
Boas práticas para as culturas de cupuaçu e mandioca
Nesta sexta-feira (dia 13 de julho), na Comunidade Manairão (Estrada de Novo Airão, km 34, Manacapuru-AM), a Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus-AM), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, realiza o curso boas práticas agrícolas nas culturas de cupuaçu e mandioca. Os pesquisadoresAparecida Claret e Miguel Dias serão os instrutores do evento,que conta com o apoio do técnico Antonio Sabino.
O curso será direcionado aos agricultores familiares daquela comunidade, que solicitaram o treinamento com a finalidade de melhorar a produtividade de suas plantações. Serão abordadas questões relacionadas a técnicas de cultivo, manejo integrado de pragas e doenças, colheita, beneficiamento e comercialização. O processo de aprendizagem envolverá aulas teóricas e práticas.
A Embrapa já desenvolveu e disponibilizou vários clones de mandioca de elevada produtividade e resistência a doenças para cultivo em áreas de várzea e de terra-firme. Zolhudinha, Mãe Joana, Amazonas Embrapa 8 e BRS Purus são algumas das variedades recomendadas.
Conforme Miguel Dias, a utilização desses clones, associada às tecnologias indicadas, como manejo do solo e da planta, rotação de culturas, seleção do material de plantio, espaçamento, época de plantio e colheita, proporciona ao produtor, que normalmente tem rendimento médio de 10 toneladas por hectare, incremento da ordem de 294% com a BRS-Purus, 100% com a Amazonas Embrapa-8 e 80% com os clones Zolhudinha e Mãe Joana, respectivamente.
O cupuaçu é a fruteira nativa mais explorada comercialmente na região Norte, tendo seu fruto aproveitamento integral na agroindústria. Apresenta diferencial em relação a outras frutíferas por ter características tecnológicas superiores, como alto rendimento em polpa e elevada acidez. No curso serão repassadas os cuidados que o produtor rural deve adotar para ter a garantia de lucro na hora da colheita.
A Embrapa Amazônia Ocidental indica clones promissores, que têm apresentado boa produtividade e recomendações técnicas para o controle da vassoura de bruxa, doença que ataca a planta e pode dizimar os plantios, além dos cuidados de pós-colheita, importantes para garantir a produtividade do pomar.
A pesquisadora Aparecida das Graças Claret, que desenvolve estudos com acultura do cupuaçu, explica que o mercado consumidor está cada vez mais exigente com a qualidade dos alimentos, ou seja, com a segurança alimentar. ``Alimentos seguros são aqueles que não apresentam riscos à saúde do consumidor``, explica a pesquisadora.
Do cupuaçu se apoveita a polpa na indústria de processamento, sendo utilizada como suco, sorvete, doce, geléia, néctar, iogurte, biscoito e outras iguarias, e na indústria de cosméticos. Das amêndoas pode-se obter um produto semelhante ao chocolate, denominado cupulate. A casca pode ser aproveitada na produção de adubos.
Os cuidados para obter um produto de qualidade devem ser redobrados após a maturação do fruto de cupuaçu. Primeiramente não deixar o fruto caído debaixo da planta por muito tempo. O ideal é fazer a colheita todos os dias para garantir a qualidade do fruto, por que se permanecer por muito tempo na área de plantio, ele vai perder umidade, aroma, favorecer a contaminação pelo contato direto com o solo.
Os frutos apanhados na área de plantio não devem ser ficar amontoados, porque a temperatura nesta situação aumenta e com isto a taxa de respiração e transpiração sobem e a deterioração do fruto é mais rápida devido a maior perda de água. Portanto os frutos devem ser levados para área de beneficiamento (despolpamento), embalagem e armazenamento. Deve ser feita uma seleção dos frutos, eliminando os que apresentarem manchas escuras na casca, que normalmente estão afetados pela doença vassoura de bruxa, e portanto a polpa fica com aspecto escurecida/danificada e não serve para o consumo.
Os frutos com sinais da presença da broca do fruto, que são furos pequenos e arredondados na casca, que normalmente apresentam larvas em seu interior também devem ser eliminados, porque não possuem qualidade. Se a polpa destes frutos for misturada com a polpa de frutos sadios irá causar prejuízo para o produtor porque haverá contaminação de toda polpa.
Outro aspecto importante que deve ser observado é que o produtor não deve congelar a polpa com sementes.
Além de perder qualidade, está pratica favorece muito a contaminação da polpa devido ao manuseio excessivo. Alias não é recomendado congelar, descongelar e congelar novamente nenhum produto alimentício.
